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Oliveira, Minas Gerais, Brazil
Economista, formado na Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ

RUÍDOS NA ADMINISTRAÇÃO

 

Nos bastidores da política oliveirense, já circulavam rumores de que o vice-prefeito Marlon Aurélio Machado estaria insatisfeito com algumas decisões do prefeito Dr. Erik. A suspeita foi confirmada após a publicação de um vídeo em suas redes sociais, no qual ele critica publicamente o projeto de empréstimo de R$ 10 milhões junto ao BDMG. No vídeo, Marlon recomenda que os vereadores não aprovem a autorização para a contratação do crédito.

Além disso, o vice-prefeito afirmou que não fez indicações para cargos comissionados, apesar de seu partido, o PDT, ocupar pastas estratégicas, como as Secretarias de Administração e de Desenvolvimento Econômico. Um dos nomes em destaque no partido é Adriano Brasil, que vem atuando como articulador político e aproximando Dr. Erik do deputado federal Mário Heringer, presidente estadual da legenda.




RETIRADA À FRANCESA


Sobre o polêmico projeto de empréstimo, a estratégia para evitar uma possível derrota em plenário foi uma manobra regimental da mesa diretora da Câmara: reter o projeto e não levá-lo à votação. Com isso, inviabilizou-se a chance de obtenção do crédito via BDMG, já que o prazo de aprovação venceu em 28 de maio, conforme estipulado no projeto enviado ao Legislativo.

A situação pode ser classificada como uma “retirada à francesa” — termo que define uma saída discreta —, já que uma votação contrária seria um duro golpe para o Executivo, gerando constrangimento para sua base aliada.




REAPROXIMAÇÃO À VISTA?


Nos bastidores políticos, especula-se uma possível reaproximação entre o vice-prefeito Marlon e o grupo do deputado estadual Lucas Lasmar (REDE). O nome de Marlon tem sido frequentemente mencionado, com elogios, por vereadores da oposição. Caso se confirme essa aliança, a estratégia incluiria um apoio formal à reeleição de Lucas, que obteve 70% dos votos válidos em Oliveira nas eleições de 2022.

Vale lembrar que Marlon já integrou esse grupo político, tendo sido eleito vereador pelo MDB. Enquanto isso, o grupo de Dr. Erik sinaliza apoio a múltiplos candidatos a deputado estadual, entre eles Arantes (PL), Wendel Mesquita (SD) e Gustavo Valadares (PMN).




PREOCUPAÇÃO COM AÇÃO JUDICIAL


Uma declaração do secretário de Administração, Deivison de Oliveira Machado, feita na tribuna da Câmara em 12 de maio, acendeu um sinal de alerta. Ele revelou que há uma ação judicial em curso, na qual bancos contestam a cobrança de impostos. Os valores questionados foram utilizados pela Prefeitura em 2017, com base em liminar, mas estavam depositados judicialmente.

Caso a Justiça dê ganho de causa aos bancos, o município poderá ser obrigado a devolver mais de R$ 53 milhões. Um impacto dessa magnitude pode comprometer toda a administração municipal e gerar sérios prejuízos à população. É essencial que Executivo e Legislativo acompanhem essa questão de perto.




A AGONIA DOS SERVIDORES ESTADUAIS


A maior parte dos servidores do Estado ainda não recebeu recomposição salarial. O governador Romeu Zema afirmou que não há previsão para correção. Hoje, mais de 70% desses trabalhadores recebem até dois salários mínimos. Sem o reajuste inflacionário e diante da alta nos preços, especialmente dos alimentos, a situação se torna insustentável.

Para agravar o cenário, servidores vinculados ao IPSEMG enfrentam aumento nas contribuições, conforme projeto aprovado no ano passado. Em algumas carreiras, como a de auxiliar de educação básica, os salários estavam abaixo do mínimo.

A Assembleia Legislativa de Minas precisa reagir. É urgente aprovar uma lei que garanta a recomposição automática dos salários conforme a inflação. Enquanto isso, o salário do governador permanece em R$ 42 mil mensais — o terceiro maior entre os estados brasileiros.




INVESTIMENTOS EM MORRO DO FERRO


Foi publicado no Diário Oficial do Município duas licitações voltadas para o distrito de Morro do Ferro: uma para aquisição de uma máquina niveladora (patrol) e outra para um caminhão compactador de lixo. As licitações estão agendadas para o dia 11 de junho.

Também foi anunciada a contratação da dupla Rick & Renner, ao custo de R$ 286 mil, para um show que acontecerá no dia 26 de junho, durante as festividades de São João Batista —  tradicional evento, que é considerado o maior São João de Minas.




EDUCAÇÃO EM XEQUE


Investir na educação é promessa recorrente nos discursos políticos, mas a realidade segue distante do discurso — e isso independentemente da ideologia de quem governa. A educação pública vem sendo alvo de ataques ao redor do mundo.

Nos EUA, universidades como Harvard e Columbia vêm sendo criticadas com frequência pelo ex-presidente Donald Trump. No Brasil, o governo Bolsonaro foi marcado por ideologização e instabilidade no Ministério da Educação, que teve quatro titulares. Já no governo atual, apesar de menor viés ideológico, os investimentos nas universidades federais ainda deixam a desejar.

Para piorar, o governador Romeu Zema propôs alterar a Constituição Federal para acabar com a obrigatoriedade de investir 25% da receita na educação — uma medida que soa como uma afronta ao direito à educação pública.

Os ataques à educação não são isolados. Eles fazem parte de um movimento global de desmonte dos direitos sociais, e é preciso estar atento.

 

TANCREDO E ELISEU

 

No dia 21 de abril, participei, em São João del-Rei, da missa em memória dos 40 anos do falecimento do presidente Tancredo Neves, além da reinauguração do memorial em sua homenagem. Durante as solenidades, lembrei das eleições para o Governo de Minas, em 1982, quando os candidatos eram Tancredo Neves, pelo PMDB, e o oliveirense Eliseu Resende, pelo PDS. Tancredo venceu por uma margem inferior a 5% dos votos.

É importante lembrar que Tancredo fazia oposição ao regime militar, que não permitia eleições diretas para a presidência. Mais tarde, ele seria eleito presidente por voto indireto, mas infelizmente faleceu em 21 de abril de 1985, antes de tomar posse.

Destaco também a atuação de Eliseu Resende após a redemocratização. Mesmo tendo disputado contra Tancredo, ele ocupou cargos importantes, sendo eleito democraticamente por duas vezes deputado federal e senador por Minas. Notavelmente, contou com o apoio da família Neves, inclusive fazendo "dobradinha" com Aécio Neves — Aécio como governador e Eliseu como senador.

Registro aqui o exemplo de dois grandes homens públicos que, mesmo em campos políticos opostos, contribuíram significativamente para Minas Gerais e para o Brasil.


CEM DIAS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL


O governo municipal completou 100 dias de administração no mês passado. Uma enquete realizada no meu Instagram mostra que 48% da população avalia esse período como ótimo ou bom. Para 36%, a gestão tem sido regular, enquanto 16% a consideram ruim ou péssima.
Os números são positivos, mas indicam uma queda de aproximadamente 6% em relação ao resultado das urnas em outubro de 2024, quando a gestão foi eleita com 54% dos votos. Isso demonstra uma tendência inicial de perda de capital político.

Como reverter esse cenário?

O caminho é apresentar e entregar resultados que impactem diretamente a vida das pessoas. Por exemplo:

  • Educação: oferecer cursos profissionalizantes e concluir as obras de novas creches, colocando-as em funcionamento.
  • Assistência social: enfrentar com firmeza a situação dos moradores em situação de rua.
  • Meio ambiente: melhorar a coleta de lixo e o sistema de reciclagem.
  • Saúde: agilizar o atendimento, especialmente para exames e consultas.

Essas são algumas demandas que, se atendidas, podem contribuir positivamente para a próxima avaliação da gestão.


INVESTIMENTOS NA SAÚDE


Entraram em processo licitatório três obras importantes, que vão melhorar o atendimento na saúde pública do município. A primeira é a construção da Unidade Básica de Saúde no Distrito Industrial Benedito Landim (região do Dom Bosco com o bairro São Geraldo), no valor aproximado de R$ 2.184.686,14. Outra localidade que deverá receber uma nova UBS é o bairro Residencial Saraiva, com investimento previsto de R$ 2.367.531,73.

Além disso, foi licitada a construção de uma Oficina Ortopédica, ao lado da APAE, com valor estimado de R$ 1.263.404,24.

A soma total desses recursos ultrapassa cinco milhões e oitocentos mil reais e foi viabilizada por meio do Governo Federal, através do Novo PAC, com contrapartida da prefeitura, que disponibilizou os terrenos e fará o acompanhamento da execução das obras. A expectativa é que as obras sejam concluídas em meados de 2026.


LUCAS LASMAR E A REDE SUSTENTABILIDADE


Recentemente foi realizada uma eleição nacional para definir o comando do partido Rede Sustentabilidade. O deputado estadual Lucas Lasmar foi um dos eleitos. Duas alas disputavam o controle da legenda, sendo vitoriosa a chapa liderada pela ex-senadora Heloísa Helena, que derrotou o grupo da ministra Marina Silva.

O ex-prefeito de Belo Horizonte, Paulo Lamac, foi eleito para um dos cargos de direção da legenda. Lasmar integra o grupo de Lamac, que inclusive esteve em Oliveira no ano passado, durante o pré-lançamento da candidatura de Nalton Moreira.

Com maior influência na direção nacional, Lasmar deverá ter mais facilidade para garantir sua reeleição no próximo ano, além de ampliar o acesso aos recursos do fundo partidário e influenciar na indicação das comissões provisórias da Rede nos municípios mineiros, conquistando novos apoiadores.

A Rede elegeu dois deputados estaduais em Minas Gerais em 2020: Lucas Lasmar e Ana Paula Siqueira. Ana Paula não apoiou a candidatura de Lamac e há rumores de que deixará a legenda, filiando-se ao PT na próxima janela partidária.

Falando em Heloísa Helena, ela poderá assumir o cargo de deputada federal pelo Rio de Janeiro, caso se confirme a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL). Ela é a primeira suplente da federação Rede–PSOL. A tendência é que a Rede se incline para a extrema-esquerda, podendo abrigar descontentes do PSOL e do PT.


RECURSOS PARA O SETOR CALÇADISTA E PARA A EXPO OLIVEIRA


Duas leis de autoria do Executivo visam fomentar o setor agropecuário e o setor calçadista. Foi aprovada a liberação de R$ 300 mil para o Sindicato Rural de Oliveira, com o objetivo de apoiar a 35ª Exposição Agropecuária e Industrial de Oliveira, que ocorrerá entre os dias 22 e 25 de maio, e também o evento beneficente "Queima do Alho", marcado para o dia 17 de maio.

Vale lembrar que a Expo Oliveira é um dos eventos agropecuários mais tradicionais da região, promovendo conhecimento e exposição de produtos do setor. Em anos anteriores, contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o Secretário Estadual de Agricultura. Já a Queima do Alho, que chega à sua segunda edição, tem como objetivo principal ajudar diversas instituições do município.

Em relação ao setor calçadista, foi aprovada uma lei autorizando o repasse de ajuda de custo para o transporte de mercadorias, no valor de R$ 11.340,00 mensais, durante 12 meses, totalizando mais de R$ 136 mil.

Esse apoio já é realizado há vários anos e tem como meta fortalecer as bancas de calçados do município. A novidade é que a nova legislação exige que os proprietários das bancas criem, no prazo de seis meses, uma cooperativa para representar o setor. Com a formalização dessa cooperativa, o setor poderá se desenvolver ainda mais e firmar novos convênios com o poder público e a iniciativa privada.


HADDAD, TRUMP E ZEMA


Guardadas as devidas proporções, o que têm em comum Trump, Haddad e Zema? A resposta é: os três defendem a taxação de produtos importados.

Haddad propôs a criação de tarifas para compras internacionais de até 50 dólares, com o objetivo de fortalecer o varejo brasileiro, que vinha perdendo vendas para sites como Shopee e Shein. Já Zema suspendeu a isenção de ICMS para a importação de leite em pó e muçarela, visando proteger o setor agropecuário mineiro.

Trump, por sua vez, implementou as maiores tarifas sobre diversos produtos importados pelos EUA, gerando uma guerra comercial. Medidas como essas, quando bem dosadas, são necessárias para buscar o equilíbrio da economia, fortalecendo os setores internos. No entanto, o modelo adotado por Trump foi excessivo, e há quem diga que, no final das contas, os próprios EUA poderão sair prejudicados.

OLIVEIRA, DE VOLTA AO CIRCUITO TURÍSTICO CAMPO DAS VERTENTES

01/04/2025


O município de Oliveira - MG passou a integrar novamente o Circuito Turístico Campos das Vertentes. Na gestão anterior, por questões políticas, o município foi incluído no Circuito Vale Verde e Quedas D’Água, que conta com cidades distantes de Oliveira e sem vínculo regional com o nosso turismo local. O Circuito Campo das Vertentes é composto por cidades vizinhas, culturalmente mais alinhadas com o nosso município. Isso facilitará a integração regional e fortalecerá o turismo, gerando benefícios para todos os municípios envolvidos.


ZEMA, JUDICIÁRIO E AS DÍVIDAS DE MINAS


Não é novidade que o Estado de Minas Gerais está endividado, mas muitos mineiros não sabem que esse endividamento já dura mais de 30 anos e ultrapassa os R$ 188 bilhões. Somente durante o Governo Zema, a dívida aumentou mais de 50%, uma vez que não houve amortização significativa. Mas qual é o segredo que o Governo Zema encontrou para administrar e tentar equilibrar as finanças estaduais? A resposta está no Judiciário: por meio de liminares e sentenças, o Estado conseguiu adiar os pagamentos mensais à União, o que deu fôlego ao Governador para administrar as despesas. No entanto, a dívida continua crescendo.

Nem tudo está perdido, graças ao trabalho do Senador Rodrigo Pacheco e de parlamentares ligados ao Governo Federal, surgiu o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (PROPAG), que prevê descontos de juros e parcelamento para os Estados endividados com a União. Zema deveria agradecer ao Judiciário e aos políticos envolvidos nesse novo modelo. Porém, ao invés disso, ele tem feito várias críticas, com foco em interesses eleitorais, a quem tem tentado buscar soluções para a crise do Estado.

E, falando em dívidas, o que surpreende é que, além de não pagar parte da dívida atual, Zema pediu autorização à Assembleia Legislativa para que o Estado contraia um empréstimo de R$ 100 milhões com bancos internacionais. Como esperar que o Estado resolva suas pendências financeiras se nem sequer negocia o que deve, já se propondo a contrair mais dívidas?


EQUÍVOCOS POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO FEDERAL


Sinceramente, não consigo entender as medidas adotadas pelo Governo Federal em relação à política econômica. Nos últimos meses, os preços, especialmente dos alimentos, aumentaram significativamente, impactando o orçamento das famílias. Para controlar a inflação, o Banco Central tem elevado a taxa de juros, tentando reduzir o consumo e os índices inflacionários. No entanto, o próprio Governo incentiva o consumo ao liberar linhas de crédito para trabalhadores por meio de empréstimos consignados da CLT, utilizando recursos do FGTS. Ou seja, essa estratégia contradiz os esforços para controlar a inflação, causando transtornos ao setor produtivo, que sofre com a elevação dos juros.

Para realmente controlar a inflação dos alimentos, é necessário adotar medidas estruturantes, especialmente no setor agrícola, com a oferta de juros reduzidos, qualificação técnica e seguro agrícola. Se implementadas de forma eficaz, essas medidas podem incentivar o crescimento da produção e, consequentemente, a redução dos preços dos alimentos no médio prazo.


ORÇAMENTO DA UNIÃO


Após quase três meses de atraso, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento da União para o ano de 2025. Esta é uma das leis mais importantes, pois define como os recursos públicos serão aplicados. Deveria ser uma prioridade para o Congresso, mas, como a maioria dos parlamentares está mais focada em criar vídeos para engajamento e participar de eventos no exterior, leis essenciais acabam ficando em segundo plano. Aliás, por falar em orçamento, é lamentável como ele foi apropriado pelos parlamentares. Cerca de 50% de todo o orçamento é destinado às emendas e indicações de deputados e senadores, sobrando muito pouco para que o Governo Federal faça os investimentos necessários em políticas públicas. A pulverização dos recursos sem planejamento prejudica investimentos em áreas prioritárias, o que compromete o desenvolvimento do Brasil.


VLT E OS PROBLEMAS DE NOSSA CIDADE


A VLI, empresa responsável pela ferrovia que corta nossa cidade, está negociando com o Governo Federal a renovação do contrato. Durante essa renovação, a empresa deverá assumir a responsabilidade de investir cerca de R$ 30 bilhões em manutenção e melhorias na malha ferroviária. E é aqui que entra a necessidade de nosso município reivindicar obras de melhoria em torno da ferrovia. Essas obras, de custo elevado, não devem ser arcadas exclusivamente pelo município, mas sim pela VLI. Para isso, é fundamental que essas melhorias sejam incluídas no contrato de renovação.

Se isso for acordado, as tão esperadas obras de ampliação dos túneis de acesso aos bairros das Graças, Segredo e Elias Raimundo, além da reforma da ponte de acesso ao Barro Preto, poderão finalmente sair do papel. Cabe às nossas autoridades não "dormirem no ponto" e lutar para que essas obras sejam incorporadas ao contrato. Caso contrário, continuaremos a esperar por essas melhorias por mais uma década.


NOTA DE PESAR


Esta semana foi marcada pela perda de duas figuras que se dedicaram à vida pública.

No dia 24 de março, faleceu o ex-vereador Edy Nelson Michalsky, que atuou na Câmara Municipal de Oliveira, durante a década de 90, inclusive presidindo o Legislativo Municipal. Edinho, como era conhecido, contribuiu significativamente para o desenvolvimento de nossa cidade.

No dia 26 de março, faleceu o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman. Fuad, economista de formação, exerceu diversos cargos técnicos tanto no Governo Federal quanto no Estado. Ele foi reeleito prefeito de Belo Horizonte em outubro, mas não pôde cumprir seu segundo mandato, sendo vitimado pelo câncer. De estilo técnico e moderado, Fuad deixou um legado importante para o desenvolvimento da capital mineira. Seu último grande feito foi derrotar a extrema direita em uma vitória histórica, evitando retrocessos nas políticas públicas. Fuad nos ensinou que a política se faz com trabalho e determinação, buscando soluções para os problemas que envolvem a sociedade.


IPTU


07/03/2025 


O projeto de lei, de autoria do Executivo Municipal, que autoriza a atualização da planta de valores genéricos dos imóveis do município por meio de decreto, tem gerado muitas dúvidas entre os oliveirenses, principalmente pelo impacto que pode ter nos valores cobrados no IPTU.

Gostaria de compartilhar minhas considerações sobre o projeto. Primeiramente, é correto fazer a adequação dos cadastros imobiliários do município. Os dados atualmente estão desatualizados, o que resulta em distorções nos valores cobrados no IPTU. Alguns contribuintes pagam menos do que deveriam, enquanto outros pagam mais do que é justo. Um estudo técnico bem feito e implementado pode trazer mais equidade entre os contribuintes.

Por outro lado, é importante ter em mente que isso pode gerar um aumento significativo nos valores, já que os dados atuais não refletem a realidade. É aqui que entra o papel do Legislativo. O projeto, tal como foi apresentado, determina que as correções sejam feitas por meio de decreto do Executivo. No entanto, acredito que uma emenda ao projeto, mudando de Decreto por Lei Complementar, traria mais transparência e garantiria maior envolvimento da sociedade nas decisões. Esse é um dos papéis do vereador: intermediar a vontade da sociedade junto ao Executivo, propondo alterações na cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), garantindo a justiça tributária, atualizando os índices e alterando alíquotas e facilitando informações básicas que possibilitem ao cidadão compreender as bases do cálculo efetivado para se chegar ao valor final cobrado.

Além disso, sugiro que seja incluída uma cláusula que proíba de cobrar valores retroativos dos imóveis que apresentarem inconsistências nos dados cadastrais. Isso traria mais segurança e tranquilidade para os contribuintes.

Essas são as minhas considerações sobre o projeto. A iniciativa é justa, mas é fundamental que o Legislativo seja envolvido em todas as etapas do processo decisório, e que não se delegue as decisões somente ao Executivo. A Câmara Municipal deve agir com maturidade, deixando de lado questões eleitorais e priorizando o bem-estar de toda a população oliveirense.



INVESTIMENTOS NO CARNAVAL DE OLIVEIRA 

Depois de mais de 8 anos, o Carnaval de Oliveira teve um investimento financeiro significativo na parte de contratações de shows. Neste ano de 2025 somente as quatro principais atrações ficaram em R$ 373 mil. A contratação do show da Banda A Zorra ficou e da banda Oba Oba saiu por  R$ 125 mil cada,  a Baianas Ozadas R$ 55 mil e Lex Luthor R$ 68 mil.   Em anos anteriores, os investimentos foram bem modestos, optando por bandas mais regionais, que não chegaram a nem 1/3 do valor gasto. Em 2024 o valor gasto com a parte de shows foi de R$ 105 mil, que vinha gerando muitas reclamações e a cidade deixando de ser uma das mais atrativas para se curtir o Carnaval. Neste ano, mesclando com a contratação de shows renomados e mantendo os eventos tradicionais, se procurou colocar novamente o município como um dos mais atrativos da região.  A inciativa deu certo e o Carnaval de Oliveira foi eleito como o melhor do Centro-Oeste de Minas, pelo portal G1. Enquete realiza no nosso Instagram comprovou o resultado, onde mais de 77% dos votantes classificaram a festa como ótimo ou bom, 19% como regular e 4% como ruim ou péssimo.  No entanto para o próximo ano, algumas sugestões para abrilhantar o evento é necessidade de mais pontos de sonorização e incremento dos blocos de rua.

Gastos ou Investimentos?


Na gestão anterior, mesmo não priorizando o Carnaval em termos de investimentos, outros eventos culturais e de lazer tiveram valores expressivos, como a contratação da dupla Gian e Geovani, por R$ 150 mil e Mumuzinho por R$ 155 mil no aniversário do município e o encontro de motociclistas também foi contemplado com os shows do RPM por 90 mil e dos Raimundos por R$ 55 mil.  Muitos questionam se são gastos ou investimentos, já a movimentação da cultura e do lazer geram impactos positivos em alguns setores da economia, no entanto eles precisam estar atrelados um bom planejamento.

 

EMPRESA PÚBLICA

 

De iniciativa do Executivo Municipal e aprovado pela Câmara, foi criada a Empresa Pública Oliveira Serviços, que terá como finalidade prestar serviços para a administração pública, em alguns setores, como limpeza, manutenção e vigia.

A empresa pública não é novidade e já é adotada em outros municípios inclusive pelo Estado, que administra a MGS Serviços. A vantagem da empresa para o órgão púbico é a facilidade na contratação, já que seus colaboradores são regidos pela CLT, não gera estabilidade do servidor, o que facilita a cobrança no empenho das atividades e o processo de contratação é menos burocrático.

No entanto, o projeto poderia ter sido melhor ajustado e ter colocado uma participação maior do Poder Legislativo, na fiscalização da administração da Oliveira Serviços. É bom ressaltar que a empresa criada não é só para essa gestão, ela é por tempo indeterminado. E o projeto aprovado, não garante que o Executivo gaste somente até os 51% dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal, abrindo brechas para contratação sem necessidade, para atender apenas a princípios políticos. O sucesso da Oliveira Serviços vai depende principalmente da sua administração e caberá aos órgãos de controle, como o Ministério Público e o Legislativo, na fiscalização do interesse público.

 


FINSAAE

 

O FINSAAE foi criado com o objetivo do SAAE ter um fundo de investimento para que os recursos sejam aplicados na melhoria da rede de agua e na prestação de serviços da autarquia. No início da sua criação, 30% do que o SAAE arrecadava, obrigatoriamente deveria ser aplicado nestes requisitos. No entanto, a lei foi sendo modificada e hoje não chega 18%.

E recentemente o fundo foi descapitalizado em R$ 500 mil reais, que deixarão de ser aplicados em investimentos, para pagar indenizações. É preciso ressaltar que é justo, fazer o pagamento dessas indenizações, mas o caminho encontrado não foi um dos melhores. Retirar dinheiro do fundo de investimento, na prática significa menos obras. E neste momento em que estamos passando por mudanças climáticas, a falta de investimento em captação poderá trazer prejuízos aos consumidores e consequentemente a própria autarquia.

 


PROFESSORES LEIGOS

 

Uma boa iniciativa da nova gestão foi em resolver a situação salarial das professoras aposentadas consideradas como leigas (sem formação acadêmica especifica). Elas não faziam jus aos recebimentos iguais aos atuais professores que exercem a mesma função. Uma reivindicação justa, que por diversas vezes foi palco de discussão na legislatura passada, mas sem interesse da antiga gestão, em resolver a situação.