Nos bastidores da política oliveirense, já
circulavam rumores de que o vice-prefeito Marlon Aurélio Machado estaria
insatisfeito com algumas decisões do prefeito Dr. Erik. A suspeita foi
confirmada após a publicação de um vídeo em suas redes sociais, no qual ele
critica publicamente o projeto de empréstimo de R$ 10 milhões junto ao BDMG. No
vídeo, Marlon recomenda que os vereadores não aprovem a autorização para a
contratação do crédito.
Além disso, o vice-prefeito afirmou que não fez
indicações para cargos comissionados, apesar de seu partido, o PDT, ocupar
pastas estratégicas, como as Secretarias de Administração e de Desenvolvimento
Econômico. Um dos nomes em destaque no partido é Adriano Brasil, que vem
atuando como articulador político e aproximando Dr. Erik do deputado federal
Mário Heringer, presidente estadual da legenda.
RETIRADA À FRANCESA
Sobre o polêmico projeto de empréstimo, a
estratégia para evitar uma possível derrota em plenário foi uma manobra
regimental da mesa diretora da Câmara: reter o projeto e não levá-lo à votação.
Com isso, inviabilizou-se a chance de obtenção do crédito via BDMG, já que o
prazo de aprovação venceu em 28 de maio, conforme estipulado no projeto enviado
ao Legislativo.
A situação pode ser classificada como uma “retirada
à francesa” — termo que define uma saída discreta —, já que uma votação
contrária seria um duro golpe para o Executivo, gerando constrangimento para
sua base aliada.
REAPROXIMAÇÃO
À VISTA?
Nos bastidores políticos, especula-se uma possível
reaproximação entre o vice-prefeito Marlon e o grupo do deputado estadual Lucas
Lasmar (REDE). O nome de Marlon tem sido frequentemente mencionado, com
elogios, por vereadores da oposição. Caso se confirme essa aliança, a
estratégia incluiria um apoio formal à reeleição de Lucas, que obteve 70% dos
votos válidos em Oliveira nas eleições de 2022.
Vale lembrar que Marlon já integrou esse grupo
político, tendo sido eleito vereador pelo MDB. Enquanto isso, o grupo de Dr.
Erik sinaliza apoio a múltiplos candidatos a deputado estadual, entre eles
Arantes (PL), Wendel Mesquita (SD) e Gustavo Valadares (PMN).
PREOCUPAÇÃO COM AÇÃO
JUDICIAL
Uma declaração do secretário de Administração,
Deivison de Oliveira Machado, feita na tribuna da Câmara em 12 de maio, acendeu
um sinal de alerta. Ele revelou que há uma ação judicial em curso, na qual
bancos contestam a cobrança de impostos. Os valores questionados foram
utilizados pela Prefeitura em 2017, com base em liminar, mas estavam
depositados judicialmente.
Caso a Justiça dê ganho de causa aos bancos, o
município poderá ser obrigado a devolver mais de R$ 53 milhões. Um impacto
dessa magnitude pode comprometer toda a administração municipal e gerar sérios
prejuízos à população. É essencial que Executivo e Legislativo acompanhem essa
questão de perto.
A AGONIA DOS SERVIDORES
ESTADUAIS
A maior parte dos servidores do Estado ainda não
recebeu recomposição salarial. O governador Romeu Zema afirmou que não há
previsão para correção. Hoje, mais de 70% desses trabalhadores recebem até dois
salários mínimos. Sem o reajuste inflacionário e diante da alta nos preços,
especialmente dos alimentos, a situação se torna insustentável.
Para agravar o cenário, servidores vinculados ao
IPSEMG enfrentam aumento nas contribuições, conforme projeto aprovado no ano
passado. Em algumas carreiras, como a de auxiliar de educação básica, os
salários estavam abaixo do mínimo.
A Assembleia Legislativa de Minas precisa reagir. É
urgente aprovar uma lei que garanta a recomposição automática dos salários
conforme a inflação. Enquanto isso, o salário do governador permanece em R$ 42
mil mensais — o terceiro maior entre os estados brasileiros.
INVESTIMENTOS EM MORRO DO
FERRO
Foi publicado no Diário Oficial do Município duas licitações
voltadas para o distrito de Morro do Ferro: uma para aquisição de uma máquina
niveladora (patrol) e outra para um caminhão compactador de lixo. As licitações
estão agendadas para o dia 11 de junho.
Também foi anunciada a contratação da dupla Rick
& Renner, ao custo de R$ 286 mil, para um show que acontecerá no dia 26 de
junho, durante as festividades de São João Batista — tradicional evento, que é considerado o maior
São João de Minas.
EDUCAÇÃO EM XEQUE
Investir na educação é promessa recorrente nos
discursos políticos, mas a realidade segue distante do discurso — e isso
independentemente da ideologia de quem governa. A educação pública vem sendo
alvo de ataques ao redor do mundo.
Nos EUA, universidades como Harvard e Columbia vêm
sendo criticadas com frequência pelo ex-presidente Donald Trump. No Brasil, o
governo Bolsonaro foi marcado por ideologização e instabilidade no Ministério
da Educação, que teve quatro titulares. Já no governo atual, apesar de menor
viés ideológico, os investimentos nas universidades federais ainda deixam a
desejar.
Para piorar, o governador Romeu Zema propôs alterar
a Constituição Federal para acabar com a obrigatoriedade de investir 25% da
receita na educação — uma medida que soa como uma afronta ao direito à educação
pública.
Os ataques à educação não são isolados. Eles fazem
parte de um movimento global de desmonte dos direitos sociais, e é preciso
estar atento.