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Oliveira, Minas Gerais, Brazil
Economista, formado na Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ

FORA DO PALANQUE

 01/10/2025


Quem esteve nas festividades em comemoração ao aniversário de Oliveira, no dia 19, notou a ausência do deputado Lucas Lasmar no palanque oficial. Extraoficialmente, a informação é de que o parlamentar não foi convidado a participar junto às demais autoridades, entre elas deputados estaduais e federais ligados à administração municipal.

Aliás, essa descortesia já vem ocorrendo há anos e se tornou quase uma “cultura” em algumas gestões municipais. Nos desfiles de aniversário de Morro do Ferro, na gestão anterior, os vereadores do distrito também não eram convidados, por fazerem parte da oposição. Da mesma forma, em inaugurações de obras públicas, o Legislativo não era chamado oficialmente, sendo escolhidos apenas os vereadores próximos ao Executivo.

Essa prática precisa ser modificada, pois se trata de representatividade institucional. Todos os representantes eleitos, independente de posição política, devem ser convidados para eventos oficiais.




QUANTIDADE DE EVENTOS


Uma parcela da população começa a questionar o grande número de eventos realizados pela administração municipal. Não pela qualidade — afinal, os shows têm contado até com atrações de porte nacional — mas pela concentração de datas muito próximas umas das outras.

Falta um calendário oficial, com datas pré-estabelecidas, que envolva todos os setores, permitindo sinergia, inclusive com o comércio local, para planejar vendas e atender à demanda gerada pelos eventos.

Também seria necessária a organização de um calendário regional, em parceria com os municípios vizinhos, para fortalecer o turismo de forma integrada e evitar a coincidência de datas que acaba prejudicando a todos.




REFORMA DA PRAÇA XV


O principal cartão-postal de Oliveira precisa de uma reforma completa: a Praça XV de Novembro. No ano passado, foram feitas algumas intervenções, como a troca dos bancos, mas que deixaram a desejar.

É necessário um projeto mais amplo, incluindo melhorias na iluminação, reforma dos banheiros, troca ou modificação do telhado do coreto e revitalização do paisagismo. Por ser o principal ponto de encontro dos oliveirenses, a Praça XV merece mais zelo e cuidado, refletindo o orgulho da cidade.




RELÓGIO DA MATRIZ


Você, leitor, que passa pela Praça XV, certamente em algum momento da vida já olhou as horas ou ouviu as badaladas do relógio da Matriz de Nossa Senhora de Oliveira. Porém, há pelo menos quatro anos, o relógio deixou de funcionar e não recebeu manutenção.

Por ser um bem tombado pelo patrimônio histórico e parte da memória afetiva dos oliveirenses, sua restauração é urgente. Fica a sugestão para que a Secretaria de Cultura, em conjunto com os responsáveis pela igreja, providencie a reforma deste símbolo tão importante para a cidade.




BR-381


Quem precisa trafegar pela BR-381 já parte apreensivo, sem saber se chegará ao destino no horário previsto. O que deveria ser exceção virou rotina: acidentes quase diários, envolvendo principalmente caminhões pesados, nos mesmos trechos da rodovia, provocam congestionamentos que atrasam viagens em até 6 horas.

Está claro que faltam investimentos. Para amenizar a situação, o Governo Federal realizará um novo leilão do trecho entre São Paulo e Belo Horizonte, marcado para 15 de dezembro, com previsão de R$ 15 bilhões em investimentos. Entre as obras estão 108 km de faixas adicionais, 14 km de vias marginais, novos túneis e correções no traçado.

Enquanto isso, cabe aos motoristas atenção redobrada e planejamento, pois as chances de enfrentar congestionamentos na BR-381 são grandes.




37 ANOS DA CONSTITUIÇÃO


A Constituição Federal completou 37 anos e tem importância fundamental na vida de cada brasileiro. Ela é a lei máxima que organiza o Estado e define direitos e deveres dos cidadãos.

Mesmo não sendo cumprida em sua totalidade, continua sendo uma grande conquista do povo brasileiro e não pode ser deturpada, como tentaram fazer com a chamada “PEC da Blindagem” ou nos atos de 8 de janeiro, que representaram uma tentativa de golpe de Estado.

Como disse Ulisses Guimarães: “Discordar, sim. Divergir, sim. Afrontá-la, jamais. Quem trai a Constituição é traidor da pátria.”

Cabe a cada cidadão zelar por seus direitos, escolhendo bem os representantes que estarão no Parlamento.




DIVERGÊNCIAS POLÍTICAS


Após uma tentativa de reaproximação, continuam as divergências entre o vice-prefeito Marlon da Ambulância e o grupo político do prefeito Dr. Erik.

Em vídeo recente, Marlon afirmou que seus pedidos não vêm sendo atendidos pela gestão municipal e que até mesmo está sendo impedido de dialogar com secretários. Ele também mencionou ataques sofridos de uma página apócrifa, denominada Oliveira em Pauta, que, segundo ele, seria administrada por pessoas ligadas à Prefeitura.

Vale lembrar que conflitos entre prefeitos e vice-prefeitos são recorrentes. Na gestão anterior, houve rompimento entre a prefeita e o vice. Em Campo Belo, o vice-prefeito renunciou ao cargo apenas cinco meses após assumir. No plano federal, basta recordar a difícil relação entre Dilma Rousseff e Michel Temer.

O futuro político de Marlon segue incerto: se irá se alinhar ao grupo político do deputado Lucas Lasmar, seguir carreira independente ou até mesmo se reaproximar do grupo de Dr. Erik. Como na política “tudo muda como as nuvens”, o cenário ainda está em aberto.

SEGURANÇA PÚBLICA

  01/09/2025


A crescente sensação de insegurança em Minas Gerais reflete diretamente a redução dos investimentos em segurança pública por parte do Governo do Estado. A desvalorização das categorias da Polícia Civil e da Polícia Militar, somada ao descumprimento do acordo de recomposição salarial firmado em 2019 — que já ultrapassa 50% — agrava ainda mais a situação.

Recentemente, o governador Romeu Zema determinou um contingenciamento de R$ 31 milhões no orçamento da Polícia Civil, reduzindo os investimentos de R$ 201 milhões para R$ 170 milhões. A Polícia Militar também sofreu cortes: as viaturas, por exemplo, não podem rodar mais que 40 km por turno. O Corpo de Bombeiros também foi atingido.

Com a escassez de recursos, as políticas de segurança pública ficam comprometidas, ampliando o risco de aumento da violência e intensificando a sensação de insegurança da população. O mais contraditório é que, ao mesmo tempo em que restringe investimentos em áreas prioritárias, o governo concede renúncias fiscais que ultrapassam R$ 25 bilhões, sem qualquer critério de transparência.




EXTENSÃO DA AVENIDA MARACANÃ


Em conversa recente com o empresário José Francisco, ele demonstrou otimismo quanto à possibilidade de, junto aos órgãos governamentais, viabilizar a conclusão da extensão da Avenida Maracanã. Segundo ele, um novo projeto está em fase de elaboração, visando garantir as licenças ambientais e os recursos necessários.

Essa obra é um antigo sonho do deputado federal José Aldo, que chegou a iniciá-la nos anos 1990. Contudo, após seu falecimento, os trabalhos foram interrompidos. Durante a gestão do prefeito João da Madalena, houve uma retomada: o Governo do Estado chegou a liberar R$ 20 milhões. Porém, ingerências políticas paralisaram a iniciativa, e os recursos acabaram devolvidos.

A concretização dessa avenida é fundamental para desafogar o trânsito na Avenida Benjamim Guimarães, hoje um dos pontos mais críticos da mobilidade em Oliveira.




EXONERAÇÕES NA PMO


As recentes saídas dos ex-vereadores Amanda Vargas e Francisco Naves da administração municipal oficializam o rompimento do Partido Verde com a gestão do prefeito Dr. Erik. Ambos foram indicados com o aval da deputada estadual Lohanna França, que deve disputar uma vaga de deputada federal em 2026 e já tem reforçado sua presença política em Oliveira.

O PV, que abriu mão de lançar candidatura própria à prefeitura nas últimas eleições, trabalha com a possibilidade de apresentar um nome em 2028 — sendo o médico Dr. Ramilson um dos cotados.

Nos bastidores, comenta-se que as exonerações resultaram de “fogo amigo”, motivado por divergências ideológicas. O PV integra o bloco de oposição ao governo estadual, e a deputada Lohanna é uma das críticas mais contundentes à gestão de Zema. Já o Executivo municipal busca, justamente, fortalecer a parceria com o governador e seu vice, Mateus Simões.

 



FECHAMENTO DA AGÊNCIA DO ITAÚ


Clientes do Itaú em Oliveira foram surpreendidos pelo anúncio de que a agência local encerrará suas atividades no próximo dia 18. Presente na cidade há mais de 25 anos, desde que adquiriu o BEMGE, o banco alega como justificativa apenas a política interna de redução de agências físicas e foco no atendimento digital.

A decisão chama atenção: Oliveira é uma cidade com histórico de segurança, sem registros de explosões de caixas eletrônicos ou assaltos armados, e a agência conta com expressiva clientela, especialmente desde que o banco assumiu a folha de pagamento dos servidores estaduais.

Fica uma sugestão ao Governo de Minas: que nos próximos contratos de venda da folha de pagamento, seja incluída cláusula proibindo o fechamento de agências físicas durante a vigência do contrato. Essa medida protegeria os usuários, evitando prejuízos à população.

Manifesto aqui minha solidariedade aos colaboradores da agência de Oliveira, que serão remanejados para outras unidades.




PROJETOS EMPERRADOS


Nestes oito meses de trabalho do Legislativo Municipal, a administração do Dr. Erik tem enfrentado obstáculos na aprovação de projetos estruturantes. Pelo menos três iniciativas relevantes não avançaram:

  • Empréstimo junto ao BDMG – visava a aquisição de maquinários para a infraestrutura rural e a implantação de uma usina de asfalto. Diante da não votação, o projeto foi retirado, obrigando o Executivo a licitar maquinários e massa asfáltica para atender demandas urgentes.
  • Projeto de limpeza urbana e coleta de lixo – essencial para viabilizar o programa “Cidade Lixo Zero”, foi sobrestado, sem previsão de voltar à pauta.
  • Criação da Diretoria de Proteção Animal – rejeitada, o que representa um entrave às políticas públicas de bem-estar animal.

A questão que fica é: estaria faltando articulação política por parte do Executivo ou trata-se de mérito da oposição em frear as propostas? O fato é que cada projeto exige energia, planejamento e tempo. Quando não se concretiza, compromete todo o cronograma da gestão e prejudica a cidade.




GAZETA DE MINAS – 138 ANOS


O semanário Gazeta de Minas completa 138 anos de fundação, sendo o mais antigo em circulação em Minas Gerais e o oitavo no Brasil. É motivo de orgulho para os oliveirenses contar com um veículo que, ao longo de sua história, registra os principais fatos de nossa cidade, fortalece a identidade local, promove a cidadania e eterniza a memória coletiva.

Parabenizo todos os colaboradores da Gazeta de Minas, que contribuem diariamente para preservar e valorizar a história de Oliveira.

ESCOLA CÍVICO-MILITAR

 01/08/2025

O Governo de Minas iniciou uma consulta a mais de 700 escolas do Estado para saber se a comunidade escolar concorda com a implantação do sistema Cívico-Militar — modelo que adota gestão compartilhada entre professores e militares, com foco em disciplina e resultados. Em Oliveira, três escolas serão consultadas: Professor Pinheiro Campos, Dr. José Maria Lobato (Polivalente) e Desembargador Continentino. A consulta chegou a ser realizada no Pinheiro Campos, sendo rejeitada pela comunidade escolar. Nas outras duas escolas, devido à suspensão do processo, ainda não há data prevista para a realização da consulta.

O que chama a atenção é a pressa em lançar o programa, sem antes esclarecer como será o funcionamento desse novo modelo, tampouco apresentar os custos previstos, demonstrando completa desorganização. Isso leva a crer que o programa foi lançado mais com intenções eleitorais — para promover o nome do governador Zema, que tem pretensões de se candidatar em 2026 — e para dividir a categoria dos professores, do que com foco real na melhoria da qualidade da educação.

É evidente que é necessário fortalecer a segurança no ambiente escolar, que tem sido alvo de ataques em diversas regiões do país. No entanto, isso deve ser feito a partir da realidade de cada escola, em conjunto com a comunidade escolar, por meio de ações que gerem resultados concretos — e não com medidas que visam apenas interesses eleitorais. Ainda mais quando se trata de um governador que relativiza a ditadura ao dizer que ela é “uma questão interpretativa”.




AUDITORIA NA PREFEITURA


Nos bastidores da política local, há grande expectativa em torno da conclusão da auditoria que está sendo realizada nas contas e obras da Prefeitura, relativas à gestão passada. O trabalho está a cargo da empresa Integragov – Integridade e Governança Pública Ltda, contratada pela atual administração ao custo de R$ 306 mil, com previsão de entrega dos resultados até fevereiro de 2026.

Esse relatório poderá ter forte impacto no cenário eleitoral de 2028. Caso sejam constatadas irregularidades, o material poderá embasar ações judiciais e até inviabilizar candidaturas. Por outro lado, se não forem comprovados ilícitos, será difícil sustentar críticas à gestão anterior, o que pode fortalecer um eventual nome de oposição.




DE PARTIDO NOVO


Após ter sua candidatura à prefeitura rejeitada pelo partido NOVO em 2024, Luiz da Funerária agora está em nova legenda: o partido Mobiliza, que comandará no município com o objetivo de estruturá-lo para as eleições de 2028. Empresário do ramo funerário, Luiz é bem quisto entre os oliveirenses e pode se tornar uma peça importante no próximo pleito municipal.

Pensando também em 2028, o Partido dos Trabalhadores renovou sua direção municipal, elegendo José Júlio de Souza como presidente do diretório local. Ex-padre, José Júlio já disputou cargos de deputado estadual, prefeito e vereador. Na última eleição, apoiou Dr. Erik.




SAÚDE E AS ELEIÇÕES


A área da saúde tem ganhado protagonismo nos bastidores da política municipal. É possível notar uma disputa de narrativas em torno das ações no setor. Recentemente, o Secretário Estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, esteve no município a convite do grupo político do prefeito Dr. Erik. No fim de julho, foi a vez da superintendente do Ministério da Saúde, Maflávia Ferreira, visitar a cidade, a convite do deputado estadual Lucas Lasmar.

Adversários na política local, o que se espera é que ambos os grupos consigam estabelecer algum nível de sinergia em prol da saúde pública, e que as eleições de 2026 não sejam um empecilho para novas conquistas. Dr. Erik deverá apoiar a candidatura do vice-governador Mateus Simões ao Governo de Minas, enquanto o deputado Lucas Lasmar deve estar no palanque da oposição, possivelmente ao lado do senador Rodrigo Pacheco.




AS CONTAS NÃO FECHAM


É difícil compreender a situação financeira de Minas Gerais. O Estado acumula uma dívida com o Governo Federal que já ultrapassa R$ 188 bilhões — valor que cresceu mais de 50% na atual gestão. Ainda assim, o governador Romeu Zema, na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano, abre mão de R$ 25 bilhões em arrecadação, por meio de renúncias fiscais.

Como um Estado tão endividado pode conceder tamanho volume de isenções? — e, pior, sem transparência! Nem mesmo a Assembleia Legislativa tem acesso a quem são os beneficiados por essas renúncias. No fim das contas, quem paga a conta é a população: menos recursos para segurança pública, saúde, repasses às prefeituras e salários dos servidores, que sequer têm reposição inflacionária.




FERROVIAS


A VLI, responsável pela administração da Ferrovia Centro-Atlântica, solicitou ao Governo Federal a renovação antecipada do contrato de concessão. A empresa promete investir mais de R$ 30 bilhões em manutenção e melhorias da malha ferroviária.

No entanto, Oliveira pode estar perdendo uma grande oportunidade. Ainda não há indícios de que o município esteja atuando para incluir no contrato as tão aguardadas obras de ampliação dos túneis de acesso aos bairros das Graças, Segredo e Elias Raimundo, nem a reforma da ponte para o Barro Preto. Sem a obrigatoriedade prevista no contrato, é pouco provável que essas intervenções se concretizem. Enquanto isso, outras cidades, como Arcos, já se adiantaram e apresentaram suas demandas diretamente ao Governo Federal.




TAXAÇÃO DE TRUMP


A taxação imposta por Donald Trump ao Brasil carece de justificativa econômica. A maioria dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos não é fabricada por lá, o que significa que a medida poderá, inclusive, gerar inflação na própria economia americana.

A justificativa de “defesa da democracia” também não se sustenta, visto que os EUA mantêm relações diplomáticas e comerciais com diversos países não democráticos — e até apoiam conflitos e massacres em regiões como a África e a Síria.

O que realmente está por trás da medida é a tentativa de Trump de reafirmar a hegemonia americana sobre a América Latina, consolidando seu domínio político e econômico. O preocupante é o apoio que a extrema-direita brasileira tem dado à iniciativa, mesmo que isso traga prejuízos evidentes ao país e à população brasileira.



SINUCA DE BICO

 02/07/2025

A abertura da CPI do CAPS caiu como uma verdadeira sinuca de bico para alguns vereadores de oposição. O pedido havia sido votado no ano passado, mas não foi levado adiante pela antiga mesa diretora. Agora, com a instalação da CPI, alguns dos integrantes são justamente os mesmos que compunham aquela antiga mesa. Ou seja, se forem constatadas irregularidades, esses vereadores poderão ser acusados de omissão por não terem tomado as providências cabíveis à época. Por outro lado, se nada for comprovado, poderão ser suspeitos de não terem investigado devidamente os fatos. Uma típica sinuca de bico — expressão usada para descrever uma situação de difícil solução.

A CPI foi formada com Prico como presidente, Ronaldo como vice-presidente e Siri como relator, tendo ainda Kilin e Walquir Maravilha como membros. A comissão terá 120 dias para concluir os trabalhos, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades administrativas, perseguições e práticas de assédio moral no período de 2021 a 2024.




PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS


Foi nomeada pelo Executivo a Comissão Especial para a elaboração do Plano de Cargos e Salários dos servidores do município, composta pelos seguintes servidores: Juscimar Antônio da Silva Pereira, Elaine Mara Santos, Karina Aparecida Ribeiro Silva, Renata Cristina Mariano Santos, Fabíola Pompéia de Almeida Rosário, Patrícia Cristyane de Morais e Dirceia Maria da Silva.

Compete à comissão realizar estudos e levantamentos sobre a estrutura funcional e remuneração dos servidores, promover audiências públicas, elaborar diretrizes e regras para progressão e promoção funcional, além de apresentar o anteprojeto do Plano de Carreira no prazo de 180 dias — prorrogável por igual período, mediante justificativa.

A comissão já realizou a primeira reunião com o prefeito Dr. Erik, e é aguardado para os próximos meses um esboço do projeto. Enquanto o plano está em fase de elaboração, algumas categorias estão sendo contempladas com gratificações e reajustes, por meio de projetos enviados pelo Executivo e aprovados pela Câmara. Até o momento, mais de 600 servidores já foram beneficiados — algo que não acontecia há mais de 16 anos, sem reajustes reais. Essa era uma das promessas de campanha da atual gestão.

Um bom plano de cargos e salários poderá ser um diferencial na administração municipal, atribuindo responsabilidades e melhorando a remuneração, sem viés político e com valorização do trabalho técnico.




REAJUSTE NAS TARIFAS DO SAAE


Foi aprovado pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento Básico (ARISB) o reajuste das tarifas do SAAE de Oliveira. O aumento será de 11,68% sobre todas as tarifas da autarquia e entrará em vigor no próximo mês, após a publicação oficial dos novos valores.

A tarifa fixa de água passará de R$ 30,97 para R$ 34,59. Já o metro cúbico na faixa de consumo de 16 a 20 m³ subirá de R$ 3,04 para R$ 3,40. O reajuste ficou acima do dobro da inflação registrada nos últimos 12 meses, o que certamente impactará no orçamento das famílias.

Outro fator que contribui para o aumento da conta é o período de leitura. Em meses em que a leitura ocorre após mais de 30 dias de uso, o consumo é elevado e pode alterar a faixa de cobrança, aumentando consideravelmente o valor a ser pago. Por isso, seria fundamental uma divulgação prévia do calendário de leitura, para informar e orientar os usuários.



 

MUNICIPALIZAÇÃO DA ESCOLA FRANCISCO FERNANDES


O processo de municipalização da Escola Estadual Francisco Fernandes tem gerado muitas dúvidas. Por parte do Executivo Municipal, a proposta é vista como a melhor alternativa para o município. No entanto, a médio e longo prazo, os recursos municipais serão suficientes para manter a escola?

No planejamento do município, foi considerado o aumento dos gastos na área da educação com a inauguração das três novas creches, que também serão custeadas pela prefeitura? Como será feita a transição dos professores atualmente vinculados ao Estado com a municipalização?

Esses e outros questionamentos deveriam ter sido amplamente debatidos na Câmara Municipal. No entanto, onde se esperava o espaço democrático para o diálogo, o que se viu foi a aprovação do projeto sem ouvir a comunidade escolar.

O mais curioso é que o projeto contou com o apoio de parte dos vereadores aliados ao deputado Lucas Lasmar — inclusive os do partido REDE, legenda do próprio deputado —, que havia proposto uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) justamente para discutir o tema. 

Agora, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) acaba de determinar a suspensão dos processos de municipalização, por entender que a maioria dos municípios mineiros não possui capacidade técnica, financeira e estrutural para assumir essa responsabilidade.




CONGRESSO REGRESSO


Estamos diante de um dos piores Congressos da história recente do Brasil, que parece atuar na lógica do "quanto pior, melhor" — sem qualquer compromisso com um projeto real de desenvolvimento e bem-estar da população brasileira.

Vamos aos fatos: projetos como a redução dos supersalários e do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil praticamente não avançam. No entanto, pautas como o aumento do número de deputados, a revisão das aposentadorias parlamentares e até aumentos na conta de luz são aprovados com rapidez e sem constrangimento.

Por que isso acontece? Porque muitos deputados acreditam que, por meio das emendas parlamentares, garantirão sua reeleição — mesmo sem apresentar resultados concretos à sociedade. Cabe a você, eleitor, decidir nas próximas eleições quem realmente está comprometido com o interesse público e quem só busca se beneficiar do poder.




A INCOERÊNCIA DE ZEMA


Quem acompanha atentamente as declarações do governador Zema certamente percebeu uma incoerência em seu discurso sobre educação. Desde o início de seu mandato, ele tem tentado repassar aos municípios as escolas de ensino fundamental (anos iniciais), como no caso da Escola Francisco Fernandes.

No entanto, o próprio governador declarou recentemente que é a favor de desvincular o percentual obrigatório de 25% de investimentos dos municípios na área da educação. Ou seja, quer transferir mais responsabilidade aos municípios, mas incentiva os gestores municipais a reduzir os recursos obrigatórios da área.

Com essa contradição, Zema revela um total descompromisso com a educação pública.




O ERRO DE LULA


O principal erro do presidente Lula na área econômica foi ter nomeado Fernando Haddad como ministro da Fazenda. Não por falta de capacidade técnica, mas pelo seu forte viés político. Em um Congresso altamente polarizado e dominado pelas emendas parlamentares, as chances de aprovar pautas relevantes para a economia já eram pequenas e diminuem ainda mais com um ministro que, caso seja bem avaliado, pode entrar na disputa pela sucessão presidencial.

A escolha ideal teria sido um nome técnico, sem filiação partidária. Embora enfrentasse dificuldades, teria menos resistência política e maior possibilidade de negociar reformas essenciais. Neste cenário, a governabilidade estaria mais bem equilibrada.

RUÍDOS NA ADMINISTRAÇÃO

 02/06/2025

Nos bastidores da política oliveirense, já circulavam rumores de que o vice-prefeito Marlon Aurélio Machado estaria insatisfeito com algumas decisões do prefeito Dr. Erik. A suspeita foi confirmada após a publicação de um vídeo em suas redes sociais, no qual ele critica publicamente o projeto de empréstimo de R$ 10 milhões junto ao BDMG. No vídeo, Marlon recomenda que os vereadores não aprovem a autorização para a contratação do crédito.

Além disso, o vice-prefeito afirmou que não fez indicações para cargos comissionados, apesar de seu partido, o PDT, ocupar pastas estratégicas, como as Secretarias de Administração e de Desenvolvimento Econômico. Um dos nomes em destaque no partido é Adriano Brasil, que vem atuando como articulador político e aproximando Dr. Erik do deputado federal Mário Heringer, presidente estadual da legenda.




RETIRADA À FRANCESA


Sobre o polêmico projeto de empréstimo, a estratégia para evitar uma possível derrota em plenário foi uma manobra regimental da mesa diretora da Câmara: reter o projeto e não levá-lo à votação. Com isso, inviabilizou-se a chance de obtenção do crédito via BDMG, já que o prazo de aprovação venceu em 28 de maio, conforme estipulado no projeto enviado ao Legislativo.

A situação pode ser classificada como uma “retirada à francesa” — termo que define uma saída discreta —, já que uma votação contrária seria um duro golpe para o Executivo, gerando constrangimento para sua base aliada.




REAPROXIMAÇÃO À VISTA?


Nos bastidores políticos, especula-se uma possível reaproximação entre o vice-prefeito Marlon e o grupo do deputado estadual Lucas Lasmar (REDE). O nome de Marlon tem sido frequentemente mencionado, com elogios, por vereadores da oposição. Caso se confirme essa aliança, a estratégia incluiria um apoio formal à reeleição de Lucas, que obteve 70% dos votos válidos em Oliveira nas eleições de 2022.

Vale lembrar que Marlon já integrou esse grupo político, tendo sido eleito vereador pelo MDB. Enquanto isso, o grupo de Dr. Erik sinaliza apoio a múltiplos candidatos a deputado estadual, entre eles Arantes (PL), Wendel Mesquita (SD) e Gustavo Valadares (PMN).




PREOCUPAÇÃO COM AÇÃO JUDICIAL


Uma declaração do secretário de Administração, Deivison de Oliveira Machado, feita na tribuna da Câmara em 12 de maio, acendeu um sinal de alerta. Ele revelou que há uma ação judicial em curso, na qual bancos contestam a cobrança de impostos. Os valores questionados foram utilizados pela Prefeitura em 2017, com base em liminar, mas estavam depositados judicialmente.

Caso a Justiça dê ganho de causa aos bancos, o município poderá ser obrigado a devolver mais de R$ 53 milhões. Um impacto dessa magnitude pode comprometer toda a administração municipal e gerar sérios prejuízos à população. É essencial que Executivo e Legislativo acompanhem essa questão de perto.




A AGONIA DOS SERVIDORES ESTADUAIS


A maior parte dos servidores do Estado ainda não recebeu recomposição salarial. O governador Romeu Zema afirmou que não há previsão para correção. Hoje, mais de 70% desses trabalhadores recebem até dois salários mínimos. Sem o reajuste inflacionário e diante da alta nos preços, especialmente dos alimentos, a situação se torna insustentável.

Para agravar o cenário, servidores vinculados ao IPSEMG enfrentam aumento nas contribuições, conforme projeto aprovado no ano passado. Em algumas carreiras, como a de auxiliar de educação básica, os salários estavam abaixo do mínimo.

A Assembleia Legislativa de Minas precisa reagir. É urgente aprovar uma lei que garanta a recomposição automática dos salários conforme a inflação. Enquanto isso, o salário do governador permanece em R$ 42 mil mensais — o terceiro maior entre os estados brasileiros.




INVESTIMENTOS EM MORRO DO FERRO


Foi publicado no Diário Oficial do Município duas licitações voltadas para o distrito de Morro do Ferro: uma para aquisição de uma máquina niveladora (patrol) e outra para um caminhão compactador de lixo. As licitações estão agendadas para o dia 11 de junho.

Também foi anunciada a contratação da dupla Rick & Renner, ao custo de R$ 286 mil, para um show que acontecerá no dia 26 de junho, durante as festividades de São João Batista —  tradicional evento, que é considerado o maior São João de Minas.




EDUCAÇÃO EM XEQUE


Investir na educação é promessa recorrente nos discursos políticos, mas a realidade segue distante do discurso — e isso independentemente da ideologia de quem governa. A educação pública vem sendo alvo de ataques ao redor do mundo.

Nos EUA, universidades como Harvard e Columbia vêm sendo criticadas com frequência pelo ex-presidente Donald Trump. No Brasil, o governo Bolsonaro foi marcado por ideologização e instabilidade no Ministério da Educação, que teve quatro titulares. Já no governo atual, apesar de menor viés ideológico, os investimentos nas universidades federais ainda deixam a desejar.

Para piorar, o governador Romeu Zema propôs alterar a Constituição Federal para acabar com a obrigatoriedade de investir 25% da receita na educação — uma medida que soa como uma afronta ao direito à educação pública.

Os ataques à educação não são isolados. Eles fazem parte de um movimento global de desmonte dos direitos sociais, e é preciso estar atento.