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Oliveira, Minas Gerais, Brazil
Economista, formado na Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ

SINUCA DE BICO

 02/07/2025

A abertura da CPI do CAPS caiu como uma verdadeira sinuca de bico para alguns vereadores de oposição. O pedido havia sido votado no ano passado, mas não foi levado adiante pela antiga mesa diretora. Agora, com a instalação da CPI, alguns dos integrantes são justamente os mesmos que compunham aquela antiga mesa. Ou seja, se forem constatadas irregularidades, esses vereadores poderão ser acusados de omissão por não terem tomado as providências cabíveis à época. Por outro lado, se nada for comprovado, poderão ser suspeitos de não terem investigado devidamente os fatos. Uma típica sinuca de bico — expressão usada para descrever uma situação de difícil solução.

A CPI foi formada com Prico como presidente, Ronaldo como vice-presidente e Siri como relator, tendo ainda Kilin e Walquir Maravilha como membros. A comissão terá 120 dias para concluir os trabalhos, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades administrativas, perseguições e práticas de assédio moral no período de 2021 a 2024.




PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS


Foi nomeada pelo Executivo a Comissão Especial para a elaboração do Plano de Cargos e Salários dos servidores do município, composta pelos seguintes servidores: Juscimar Antônio da Silva Pereira, Elaine Mara Santos, Karina Aparecida Ribeiro Silva, Renata Cristina Mariano Santos, Fabíola Pompéia de Almeida Rosário, Patrícia Cristyane de Morais e Dirceia Maria da Silva.

Compete à comissão realizar estudos e levantamentos sobre a estrutura funcional e remuneração dos servidores, promover audiências públicas, elaborar diretrizes e regras para progressão e promoção funcional, além de apresentar o anteprojeto do Plano de Carreira no prazo de 180 dias — prorrogável por igual período, mediante justificativa.

A comissão já realizou a primeira reunião com o prefeito Dr. Erik, e é aguardado para os próximos meses um esboço do projeto. Enquanto o plano está em fase de elaboração, algumas categorias estão sendo contempladas com gratificações e reajustes, por meio de projetos enviados pelo Executivo e aprovados pela Câmara. Até o momento, mais de 600 servidores já foram beneficiados — algo que não acontecia há mais de 16 anos, sem reajustes reais. Essa era uma das promessas de campanha da atual gestão.

Um bom plano de cargos e salários poderá ser um diferencial na administração municipal, atribuindo responsabilidades e melhorando a remuneração, sem viés político e com valorização do trabalho técnico.




REAJUSTE NAS TARIFAS DO SAAE


Foi aprovado pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento Básico (ARISB) o reajuste das tarifas do SAAE de Oliveira. O aumento será de 11,68% sobre todas as tarifas da autarquia e entrará em vigor no próximo mês, após a publicação oficial dos novos valores.

A tarifa fixa de água passará de R$ 30,97 para R$ 34,59. Já o metro cúbico na faixa de consumo de 16 a 20 m³ subirá de R$ 3,04 para R$ 3,40. O reajuste ficou acima do dobro da inflação registrada nos últimos 12 meses, o que certamente impactará no orçamento das famílias.

Outro fator que contribui para o aumento da conta é o período de leitura. Em meses em que a leitura ocorre após mais de 30 dias de uso, o consumo é elevado e pode alterar a faixa de cobrança, aumentando consideravelmente o valor a ser pago. Por isso, seria fundamental uma divulgação prévia do calendário de leitura, para informar e orientar os usuários.



 

MUNICIPALIZAÇÃO DA ESCOLA FRANCISCO FERNANDES


O processo de municipalização da Escola Estadual Francisco Fernandes tem gerado muitas dúvidas. Por parte do Executivo Municipal, a proposta é vista como a melhor alternativa para o município. No entanto, a médio e longo prazo, os recursos municipais serão suficientes para manter a escola?

No planejamento do município, foi considerado o aumento dos gastos na área da educação com a inauguração das três novas creches, que também serão custeadas pela prefeitura? Como será feita a transição dos professores atualmente vinculados ao Estado com a municipalização?

Esses e outros questionamentos deveriam ter sido amplamente debatidos na Câmara Municipal. No entanto, onde se esperava o espaço democrático para o diálogo, o que se viu foi a aprovação do projeto sem ouvir a comunidade escolar.

O mais curioso é que o projeto contou com o apoio de parte dos vereadores aliados ao deputado Lucas Lasmar — inclusive os do partido REDE, legenda do próprio deputado —, que havia proposto uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) justamente para discutir o tema. 

Agora, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) acaba de determinar a suspensão dos processos de municipalização, por entender que a maioria dos municípios mineiros não possui capacidade técnica, financeira e estrutural para assumir essa responsabilidade.




CONGRESSO REGRESSO


Estamos diante de um dos piores Congressos da história recente do Brasil, que parece atuar na lógica do "quanto pior, melhor" — sem qualquer compromisso com um projeto real de desenvolvimento e bem-estar da população brasileira.

Vamos aos fatos: projetos como a redução dos supersalários e do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil praticamente não avançam. No entanto, pautas como o aumento do número de deputados, a revisão das aposentadorias parlamentares e até aumentos na conta de luz são aprovados com rapidez e sem constrangimento.

Por que isso acontece? Porque muitos deputados acreditam que, por meio das emendas parlamentares, garantirão sua reeleição — mesmo sem apresentar resultados concretos à sociedade. Cabe a você, eleitor, decidir nas próximas eleições quem realmente está comprometido com o interesse público e quem só busca se beneficiar do poder.




A INCOERÊNCIA DE ZEMA


Quem acompanha atentamente as declarações do governador Zema certamente percebeu uma incoerência em seu discurso sobre educação. Desde o início de seu mandato, ele tem tentado repassar aos municípios as escolas de ensino fundamental (anos iniciais), como no caso da Escola Francisco Fernandes.

No entanto, o próprio governador declarou recentemente que é a favor de desvincular o percentual obrigatório de 25% de investimentos dos municípios na área da educação. Ou seja, quer transferir mais responsabilidade aos municípios, mas incentiva os gestores municipais a reduzir os recursos obrigatórios da área.

Com essa contradição, Zema revela um total descompromisso com a educação pública.




O ERRO DE LULA


O principal erro do presidente Lula na área econômica foi ter nomeado Fernando Haddad como ministro da Fazenda. Não por falta de capacidade técnica, mas pelo seu forte viés político. Em um Congresso altamente polarizado e dominado pelas emendas parlamentares, as chances de aprovar pautas relevantes para a economia já eram pequenas e diminuem ainda mais com um ministro que, caso seja bem avaliado, pode entrar na disputa pela sucessão presidencial.

A escolha ideal teria sido um nome técnico, sem filiação partidária. Embora enfrentasse dificuldades, teria menos resistência política e maior possibilidade de negociar reformas essenciais. Neste cenário, a governabilidade estaria mais bem equilibrada.