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Oliveira, Minas Gerais, Brazil
Economista, formado na Universidade Federal de São João Del-Rei - UFSJ

ESCOLA CÍVICO-MILITAR

 01/08/2025

O Governo de Minas iniciou uma consulta a mais de 700 escolas do Estado para saber se a comunidade escolar concorda com a implantação do sistema Cívico-Militar — modelo que adota gestão compartilhada entre professores e militares, com foco em disciplina e resultados. Em Oliveira, três escolas serão consultadas: Professor Pinheiro Campos, Dr. José Maria Lobato (Polivalente) e Desembargador Continentino. A consulta chegou a ser realizada no Pinheiro Campos, sendo rejeitada pela comunidade escolar. Nas outras duas escolas, devido à suspensão do processo, ainda não há data prevista para a realização da consulta.

O que chama a atenção é a pressa em lançar o programa, sem antes esclarecer como será o funcionamento desse novo modelo, tampouco apresentar os custos previstos, demonstrando completa desorganização. Isso leva a crer que o programa foi lançado mais com intenções eleitorais — para promover o nome do governador Zema, que tem pretensões de se candidatar em 2026 — e para dividir a categoria dos professores, do que com foco real na melhoria da qualidade da educação.

É evidente que é necessário fortalecer a segurança no ambiente escolar, que tem sido alvo de ataques em diversas regiões do país. No entanto, isso deve ser feito a partir da realidade de cada escola, em conjunto com a comunidade escolar, por meio de ações que gerem resultados concretos — e não com medidas que visam apenas interesses eleitorais. Ainda mais quando se trata de um governador que relativiza a ditadura ao dizer que ela é “uma questão interpretativa”.




AUDITORIA NA PREFEITURA


Nos bastidores da política local, há grande expectativa em torno da conclusão da auditoria que está sendo realizada nas contas e obras da Prefeitura, relativas à gestão passada. O trabalho está a cargo da empresa Integragov – Integridade e Governança Pública Ltda, contratada pela atual administração ao custo de R$ 306 mil, com previsão de entrega dos resultados até fevereiro de 2026.

Esse relatório poderá ter forte impacto no cenário eleitoral de 2028. Caso sejam constatadas irregularidades, o material poderá embasar ações judiciais e até inviabilizar candidaturas. Por outro lado, se não forem comprovados ilícitos, será difícil sustentar críticas à gestão anterior, o que pode fortalecer um eventual nome de oposição.




DE PARTIDO NOVO


Após ter sua candidatura à prefeitura rejeitada pelo partido NOVO em 2024, Luiz da Funerária agora está em nova legenda: o partido Mobiliza, que comandará no município com o objetivo de estruturá-lo para as eleições de 2028. Empresário do ramo funerário, Luiz é bem quisto entre os oliveirenses e pode se tornar uma peça importante no próximo pleito municipal.

Pensando também em 2028, o Partido dos Trabalhadores renovou sua direção municipal, elegendo José Júlio de Souza como presidente do diretório local. Ex-padre, José Júlio já disputou cargos de deputado estadual, prefeito e vereador. Na última eleição, apoiou Dr. Erik.




SAÚDE E AS ELEIÇÕES


A área da saúde tem ganhado protagonismo nos bastidores da política municipal. É possível notar uma disputa de narrativas em torno das ações no setor. Recentemente, o Secretário Estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, esteve no município a convite do grupo político do prefeito Dr. Erik. No fim de julho, foi a vez da superintendente do Ministério da Saúde, Maflávia Ferreira, visitar a cidade, a convite do deputado estadual Lucas Lasmar.

Adversários na política local, o que se espera é que ambos os grupos consigam estabelecer algum nível de sinergia em prol da saúde pública, e que as eleições de 2026 não sejam um empecilho para novas conquistas. Dr. Erik deverá apoiar a candidatura do vice-governador Mateus Simões ao Governo de Minas, enquanto o deputado Lucas Lasmar deve estar no palanque da oposição, possivelmente ao lado do senador Rodrigo Pacheco.




AS CONTAS NÃO FECHAM


É difícil compreender a situação financeira de Minas Gerais. O Estado acumula uma dívida com o Governo Federal que já ultrapassa R$ 188 bilhões — valor que cresceu mais de 50% na atual gestão. Ainda assim, o governador Romeu Zema, na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano, abre mão de R$ 25 bilhões em arrecadação, por meio de renúncias fiscais.

Como um Estado tão endividado pode conceder tamanho volume de isenções? — e, pior, sem transparência! Nem mesmo a Assembleia Legislativa tem acesso a quem são os beneficiados por essas renúncias. No fim das contas, quem paga a conta é a população: menos recursos para segurança pública, saúde, repasses às prefeituras e salários dos servidores, que sequer têm reposição inflacionária.




FERROVIAS


A VLI, responsável pela administração da Ferrovia Centro-Atlântica, solicitou ao Governo Federal a renovação antecipada do contrato de concessão. A empresa promete investir mais de R$ 30 bilhões em manutenção e melhorias da malha ferroviária.

No entanto, Oliveira pode estar perdendo uma grande oportunidade. Ainda não há indícios de que o município esteja atuando para incluir no contrato as tão aguardadas obras de ampliação dos túneis de acesso aos bairros das Graças, Segredo e Elias Raimundo, nem a reforma da ponte para o Barro Preto. Sem a obrigatoriedade prevista no contrato, é pouco provável que essas intervenções se concretizem. Enquanto isso, outras cidades, como Arcos, já se adiantaram e apresentaram suas demandas diretamente ao Governo Federal.




TAXAÇÃO DE TRUMP


A taxação imposta por Donald Trump ao Brasil carece de justificativa econômica. A maioria dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos não é fabricada por lá, o que significa que a medida poderá, inclusive, gerar inflação na própria economia americana.

A justificativa de “defesa da democracia” também não se sustenta, visto que os EUA mantêm relações diplomáticas e comerciais com diversos países não democráticos — e até apoiam conflitos e massacres em regiões como a África e a Síria.

O que realmente está por trás da medida é a tentativa de Trump de reafirmar a hegemonia americana sobre a América Latina, consolidando seu domínio político e econômico. O preocupante é o apoio que a extrema-direita brasileira tem dado à iniciativa, mesmo que isso traga prejuízos evidentes ao país e à população brasileira.



SINUCA DE BICO

 02/07/2025

A abertura da CPI do CAPS caiu como uma verdadeira sinuca de bico para alguns vereadores de oposição. O pedido havia sido votado no ano passado, mas não foi levado adiante pela antiga mesa diretora. Agora, com a instalação da CPI, alguns dos integrantes são justamente os mesmos que compunham aquela antiga mesa. Ou seja, se forem constatadas irregularidades, esses vereadores poderão ser acusados de omissão por não terem tomado as providências cabíveis à época. Por outro lado, se nada for comprovado, poderão ser suspeitos de não terem investigado devidamente os fatos. Uma típica sinuca de bico — expressão usada para descrever uma situação de difícil solução.

A CPI foi formada com Prico como presidente, Ronaldo como vice-presidente e Siri como relator, tendo ainda Kilin e Walquir Maravilha como membros. A comissão terá 120 dias para concluir os trabalhos, com o objetivo de apurar possíveis irregularidades administrativas, perseguições e práticas de assédio moral no período de 2021 a 2024.




PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS


Foi nomeada pelo Executivo a Comissão Especial para a elaboração do Plano de Cargos e Salários dos servidores do município, composta pelos seguintes servidores: Juscimar Antônio da Silva Pereira, Elaine Mara Santos, Karina Aparecida Ribeiro Silva, Renata Cristina Mariano Santos, Fabíola Pompéia de Almeida Rosário, Patrícia Cristyane de Morais e Dirceia Maria da Silva.

Compete à comissão realizar estudos e levantamentos sobre a estrutura funcional e remuneração dos servidores, promover audiências públicas, elaborar diretrizes e regras para progressão e promoção funcional, além de apresentar o anteprojeto do Plano de Carreira no prazo de 180 dias — prorrogável por igual período, mediante justificativa.

A comissão já realizou a primeira reunião com o prefeito Dr. Erik, e é aguardado para os próximos meses um esboço do projeto. Enquanto o plano está em fase de elaboração, algumas categorias estão sendo contempladas com gratificações e reajustes, por meio de projetos enviados pelo Executivo e aprovados pela Câmara. Até o momento, mais de 600 servidores já foram beneficiados — algo que não acontecia há mais de 16 anos, sem reajustes reais. Essa era uma das promessas de campanha da atual gestão.

Um bom plano de cargos e salários poderá ser um diferencial na administração municipal, atribuindo responsabilidades e melhorando a remuneração, sem viés político e com valorização do trabalho técnico.




REAJUSTE NAS TARIFAS DO SAAE


Foi aprovado pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento Básico (ARISB) o reajuste das tarifas do SAAE de Oliveira. O aumento será de 11,68% sobre todas as tarifas da autarquia e entrará em vigor no próximo mês, após a publicação oficial dos novos valores.

A tarifa fixa de água passará de R$ 30,97 para R$ 34,59. Já o metro cúbico na faixa de consumo de 16 a 20 m³ subirá de R$ 3,04 para R$ 3,40. O reajuste ficou acima do dobro da inflação registrada nos últimos 12 meses, o que certamente impactará no orçamento das famílias.

Outro fator que contribui para o aumento da conta é o período de leitura. Em meses em que a leitura ocorre após mais de 30 dias de uso, o consumo é elevado e pode alterar a faixa de cobrança, aumentando consideravelmente o valor a ser pago. Por isso, seria fundamental uma divulgação prévia do calendário de leitura, para informar e orientar os usuários.



 

MUNICIPALIZAÇÃO DA ESCOLA FRANCISCO FERNANDES


O processo de municipalização da Escola Estadual Francisco Fernandes tem gerado muitas dúvidas. Por parte do Executivo Municipal, a proposta é vista como a melhor alternativa para o município. No entanto, a médio e longo prazo, os recursos municipais serão suficientes para manter a escola?

No planejamento do município, foi considerado o aumento dos gastos na área da educação com a inauguração das três novas creches, que também serão custeadas pela prefeitura? Como será feita a transição dos professores atualmente vinculados ao Estado com a municipalização?

Esses e outros questionamentos deveriam ter sido amplamente debatidos na Câmara Municipal. No entanto, onde se esperava o espaço democrático para o diálogo, o que se viu foi a aprovação do projeto sem ouvir a comunidade escolar.

O mais curioso é que o projeto contou com o apoio de parte dos vereadores aliados ao deputado Lucas Lasmar — inclusive os do partido REDE, legenda do próprio deputado —, que havia proposto uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) justamente para discutir o tema. 

Agora, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) acaba de determinar a suspensão dos processos de municipalização, por entender que a maioria dos municípios mineiros não possui capacidade técnica, financeira e estrutural para assumir essa responsabilidade.




CONGRESSO REGRESSO


Estamos diante de um dos piores Congressos da história recente do Brasil, que parece atuar na lógica do "quanto pior, melhor" — sem qualquer compromisso com um projeto real de desenvolvimento e bem-estar da população brasileira.

Vamos aos fatos: projetos como a redução dos supersalários e do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil praticamente não avançam. No entanto, pautas como o aumento do número de deputados, a revisão das aposentadorias parlamentares e até aumentos na conta de luz são aprovados com rapidez e sem constrangimento.

Por que isso acontece? Porque muitos deputados acreditam que, por meio das emendas parlamentares, garantirão sua reeleição — mesmo sem apresentar resultados concretos à sociedade. Cabe a você, eleitor, decidir nas próximas eleições quem realmente está comprometido com o interesse público e quem só busca se beneficiar do poder.




A INCOERÊNCIA DE ZEMA


Quem acompanha atentamente as declarações do governador Zema certamente percebeu uma incoerência em seu discurso sobre educação. Desde o início de seu mandato, ele tem tentado repassar aos municípios as escolas de ensino fundamental (anos iniciais), como no caso da Escola Francisco Fernandes.

No entanto, o próprio governador declarou recentemente que é a favor de desvincular o percentual obrigatório de 25% de investimentos dos municípios na área da educação. Ou seja, quer transferir mais responsabilidade aos municípios, mas incentiva os gestores municipais a reduzir os recursos obrigatórios da área.

Com essa contradição, Zema revela um total descompromisso com a educação pública.




O ERRO DE LULA


O principal erro do presidente Lula na área econômica foi ter nomeado Fernando Haddad como ministro da Fazenda. Não por falta de capacidade técnica, mas pelo seu forte viés político. Em um Congresso altamente polarizado e dominado pelas emendas parlamentares, as chances de aprovar pautas relevantes para a economia já eram pequenas e diminuem ainda mais com um ministro que, caso seja bem avaliado, pode entrar na disputa pela sucessão presidencial.

A escolha ideal teria sido um nome técnico, sem filiação partidária. Embora enfrentasse dificuldades, teria menos resistência política e maior possibilidade de negociar reformas essenciais. Neste cenário, a governabilidade estaria mais bem equilibrada.